quarta-feira, 26 de março de 2008

Fumantes ou não

Por Irma Brown
irmaventilador@gmail.com

Boêmios da capital pernambucana foram surpreendidos em fevereiro com a proibição de fumar em bares, restaurantes, boates e outros estabelecimentos do gênero, independente de fechados ou abertos. A lei 9.294 é de 1996, mas só agora foi implantada pela Prefeitura do Recife, proibindo não só o uso como a propaganda de derivados do tabaco em recinto coletivo, privado ou público.

Analisando mais profundamente a lei, parece que estamos regredindo, perdendo o nosso direito de cidadão. Que o cigarro faz mal à saúde, é fato. Mas se isso é justificativa, então vamos proibir o álcool, a batata frita, a coca-cola... e assim por diante. Argumenta-se também que os chamados “fumantes passivos” são os que mais sofrem, por inalarem a fumaça mesmo contra vontade. A simples solução de divisão do ambiente, ou mesmo restrição aos fumantes em alguns estabelecimentos, resolveria o problema, devendo assim ser opcional.

Com a lei não só o cliente fumante sai perdendo, mas os amigos dos fumantes, os donos de bares e restaurantes e o cidadão comum, que perde sua liberdade de direito de escolha. Vale lembrar também que para manter um estabelecimento comercial aberto, se paga funcionários, aluguel, impostos. Há uma diferença aqui entre o público e o privado que precisa ser levada em consideração.

O dono do estabelecimento, portanto, é quem deveria escolher que tipo de cliente gostaria de atender: fumantes, não fumantes ou ambos. E nós, cidadãos comuns, decidimos que lugar freqüentar. Se há fumantes demais, que se invista então em educação, campanhas de conscientização e outras estratégias para descriminalizar o fumo.

Isso lembra também a questão da maconha, um fumo que poderia ser administrado pelo governo, mas que permanece ilegal, ainda, por fatores econômicos e/ou por ignorância. Mas isso já é outra história...

Irma Brown é arte educadora e integrante do Ventilador Cultural

2 comentários:

Lu Rabelo disse...

Quando rolou isso aí, agradeci a mim mesma e ao universo por não mais fumar. Fiquei imaginando como seria tomar uma cervejinha num bar sem um cigarrinho...

Anônimo disse...

Pra falar a verdade eu não estou nem aí pros coitadinhos dos fumantes (nem eles), nem pros amiguinhos passivos dos fumantes que querem ser solidários. Viva a ditadura da saúde! Fora Irma!!!!!