terça-feira, 31 de março de 2009

Ventilador Cultural participa do Seminário Boas Idéias em Comunicação

A ADITAL, Agência de Informação Frei Tito para América Latina, realiza, em Fortaleza, de 2 a 4 de abril o seminário Boas Idéias em Comunicação, com o apoio do Banco do Nordeste (BNB). O Ventilador Cultural foi um dos grupos convidados a participar do encontro. No link abaixo você pode conferir a matéria que a Adital fez sobre o nosso coletivo.

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=38012

sexta-feira, 27 de março de 2009

Pernambuco dá o primeiro passo rumo à Conferência de Comunicação

Por Elayne Bione (Comunidade Boivoador/ Comissão Pró-Conferência de Comunicação/PE)

A Conferência Nacional de Comunicação será realizada em dezembro deste ano, em Brasília. Com o objetivo de organizar e articular encontros e discussões sobre as demandas da população acerca das políticas públicas na área da comunicação foi criada a Comissão Pró-Conferência de Pernambuco, através do primeiro encontro estadual, realizado pelo Fórum Pernambucano de Comunicação (FOPECOM). O evento ocorreu no dia 26 de março, no Auditório do Sindicato dos Servidores Federais de Pernambuco (Sindsep), e contou com a participação de jornalistas, estudantes de comunicação, membros de entidades não governamentais e pessoas que se propõem a debater o assunto. Dentre algumas entidades representativas estiveram o Fórum de Mulheres de Pernambuco, o Conselho Municipal de Saúde, o Sindicato dos Radialistas de Pernambuco, o Sindicato dos Jornalistas, o Coletivo Intervozes, a SINOS, AUÇUBA, representantes da CUT e da OAB, e ntre outras representações da sociedade civil. A ideia é trazer cada vez mais pessoas para discutirem as necessidades do estado em relação às comunicações e a conferência que vai ser realizada no fim do ano.

Para explicar melhor o contexto dos debates sobre a comunicação no país, foram convidados especialistas que trabalham por uma gestão participativa aplicada às políticas públicas na comunicação, através de palestras sobre Comunicação no Brasil e em Pernambuco, Conferência: Instrumento de Controle e Participação Popular e 1º Conferência Nacional de Comunicação. Entre os convidados, estavam Edgard Rebouças, jornalista e professor da UFPE, membro do Intercom e do Observatório da Midia Regional que afirmou estarmos “fazendo uma discussão sobre espaços públicos, onde pessoas podem se expressar e falar dos seus problemas e do cotidiano. A proposta é de chegarmos com força na Conferência e também mostrar que Pernambuco tem compromisso de continuar com este debate”, afirma.

De acordo com André Araripe, do Centro de Cultura Luiz Freire (CCLF), Pernambuco deve participar da conferência com “propostas que qualifiquem a ação das políticas na perspectiva da universalização das oportunidades de acesso aos direitos”. Para oficializar este compromisso foram criadas, com a participação dos presentes no encontro, duas comissões que se comprometeram em aumentar ainda mais a participação popular nos debates sobre a comunicação, no estado. Dessa maneira, foi criada uma Comissão de Organização, que fica responsável pelo contato com o poder político e a efetivação das ações de âmbito regional e estadual e a Comissão de Mobilização, que viabilizará a interação de novos participantes ao debate pró-conferência e na divulgação das atividades a serem realizadas.

No calendário da Pró-Conferência serão promovidas reu niões mensais com o intuito de manter os debates atualizados, além de discutir temas específicos dentro do contexto do direito à comunicação. A próxima reunião será realizada no dia 23 de abril, a partir das 9h da manhã, no mesmo local (Rua João Fernandes Vieria, nº 67, Boa Vista, Centro). O tema a ser debatido é “Os donos da mídia: Concessões e propriedade.” e o acesso é livre para todas as pessoas que tenham algum interesse em saber mais sobre as políticas de concessões públicas no país. A Comissão Pró-Conferência do Estado de Pernambuco sente-se altamente comprometida na elaboração de estratégias que ampliem a rede de discussões sobre as demandas da sociedade civil no campo das comunicações a fim de que o estado de Pernambuco tenha participação ativa durante a Conferência Nacional de Comunicação. Para conseguir o melhor resultado nesta jornada de elaboração de diretrizes e propostas é preciso a participação de toda a sociedade civil, de cada região, de cada comunidade, de cada cidadão.

Dessa forma, todos que se sentirem no dever de lutar pela garantia de seus direitos e pelo livre acesso à comunicação pode fazer parte desta mobilização. Basta ficar atento à lista de discussão do FOPECOM, através do email fopecom@yahoogrupos.com.br ou acessar este blog que foi criado para a divulgação das notícias e ações realizadas pela Comissão. A participação nas reuniões, debates e encontros temáticos é completamente livre e qualquer pessoa pode participar, sugerir temas, apresentar novas propostas e criar ações de mobilização coletiva.

terça-feira, 24 de março de 2009

Encontro Pró- Conferência de Comunicação é realizado no Recife

clique no cartaz para uma melhor vizualização

Conferência Nacional de Comunicação, antes tarde do que nunca

Por Laurindo Lalo Leal Filho (publicado na Carta Maior)

No Brasil, comunicação sempre foi um não-assunto. Contam-se nos dedos os jornais que, em algum momento, abriram espaço para uma reflexão crítica a respeito do próprio trabalho. Para o rádio e a televisão dispensam-se os dedos, não há autocrítica. Se do conteúdo informativo pouco ou nada se fala, sobre as lutas de seus trabalhadores o silêncio é total. Lembro uma campanha salarial liderada pelo Sindicato dos Jornalistas do Paraná que espalhou outdoors por Curitiba com a frase "a nossa dor não sai nos jornais". Naquela época, anos 1980, as dores de outras categorias até apareciam em algumas páginas, menos a dos jornalistas.

E os jornalistas, além das suas dores e angústias profissionais, têm muito a falar sobre a sociedade e os meios de comunicação. Muito mais do que seus patrões permitem. Claro que há jornalistas e jornalistas, como lembrou em artigo exemplar nesta página Marcelo Salles. São, de um lado, os que estão comprometidos com as imprescindíveis e necessárias transformações sociais e, de outro, os ventríloquos dos que lhes pagam altos salários no fim do mês. A maioria ganha pouco, trabalha muito e tem que ficar quietinha cumprindo as pautas determinadas pelos interesses empresariais.

Essa divisão se já era bem nítida, agora escancarou-se diante da anunciada realização da Conferência Nacional de Comunicação, reivindicação histórica de vários setores da sociedade. Bastou o governo confirmar o evento, a campanha contra começou. E a ordem veio de cima, bem de cima: da associação internacional dos donos da mídia no continente, conhecida pela sigla SIP (Sociedade Interamericana de Prensa). A entidade se diz preocupada "porque os debates (na Conferência) serão conduzidos por ONGs e movimentos sociais que pretendem interferir no funcionamento da imprensa". Expressão que pode ser traduzida pelo temor diante da possibilidade de um debate mais sério e aprofundado sobre o pensamento único imposto pelos grandes meios de comunicação aos nossos países. Afinal, debates como o proposto podem conduzir a ações práticas, capazes de impor limites a esse poder incontrolado.

Do lado patronal dificilmente sairia posição diferente, afinal estão defendendo interesses de classe seculares. O triste é constatar que enquanto centenas de trabalhadores da mídia mobilizam-se em todo o Brasil a favor da realização da Conferência, uns poucos jornalistas e radialistas, agem em sentido contrário. Caso emblemático é o de um âncora e de uma repórter da rádio CBN que usaram longos minutos da programação para ecoar pelo país as posições dos seus patrões. Usavam o velho procedimento dos comunicadores populares, decodificando para grandes audiências as concepções ideológicas de quem lhes paga os salários. Esbanjando informalidade, usando a ridicularização como arma, eles levam ao ouvinte as mesmas idéias que os jornais apresentam de forma mais elaborada, nos editoriais ou nas colunas dos seus articulistas. Colaboram, dessa forma, para popularizar as idéias da classe dominante tornando-as dominantes em toda a sociedade, como já notava aquele pensador do século 19, cada vez mais atual.

Mas há resistência. Rapidamente os sindicatos dos jornalistas do Distrito Federal e do Estado do Rio de Janeiro foram a público repudiar a posição da SIP e dos seus porta vozes nacionais. Os jornalistas do DF através de sua entidade perguntam "O que pretendem os grandes empresários da comunicação? Pressionar o governo para retirar o apoio à Conferência, facilitando assim a manutenção intacta dos oligopólios que dominam, e que manipulam a informação, em detrimento do interesse público". E os fluminenses afirmam: "A nossa entidade não pode silenciar diante do posicionamento pouco democrático manifestado pela SIP. É preciso deixar bem claro que o patronato mente quando diz que defende a liberdade de imprensa, pois está, isto sim, defendendo de fato a liberdade de empresa, que não aceita a ampliação dos espaços midiáticos a serem ocupados pelos mais amplos setores representativos do povo brasileiro, como são os movimentos sociais".

Apesar das pressões, não há dúvida que a Conferência vai sair. Pelos estados já se realizam conferências regionais preparatórias para o encontro nacional marcado para o começo de dezembro, em Brasília. Diante do fato irreversível, as entidades patronais tentam impor suas pautas ao debate. Segundo a Folha de S.Paulo, para Paulo Tonet, da Associação Nacional de Jornais, discutir monopólio e propriedade cruzada é um retrocesso. Para ele o tema tem que ser "conteúdo nacional e igualdade de tratamento regulatório". Mais uma frase que precisa tradução: ele quer dizer que a Conferência só deve tratar dos interesses das empresas de rádio e televisão, preocupadíssimas com a entrada no mercado de radiodifusão das operadoras de telecomunicações.

E parte para o sofisma ao chamar de retrocesso a discussão em torno do monopólio e da propriedade cruzada dos meios de comunicação, sem dúvida a maior chaga existente na comunicação social brasileira. Não há como democratizá-la sem que se enfrente com determinação esse obstáculo.

O tema geral da Conferência será "Comunicação: Direito e Cidadania na Era Digital". Amplo o suficiente para caber tudo. Daí a importância da mobilização nacional, necessária para impedir que os interesses empresarias da mídia se sobreponham aos da sociedade. Conferências de
outros setores, como saúde, educação e direitos humanos, por exemplo,
tem sido decisivas para o encaminhamento das respectivas políticas
públicas. A da comunicação não pode fugir à regra.

Laurindo Lalo Leal Filho, sociólogo e jornalista, é professor de Jornalismo da ECA-USP e da Faculdade Cásper Líbero. É autor, entre outros, de “A TV sob controle – A resposta da sociedade ao poder da televisão” (Summus Editorial).

sexta-feira, 20 de março de 2009

Lançamento da Antologia Poética Retratos do Sertão


ATRAVÉS DO PODER DA POESIA,

O SERTÃO VEM AQUI PRA CAPITAL,

PRA MOSTRAR TODO O BRILHO GENIAL,

DOS POETAS QUE SUA TERRA CRIA.

AS PESSOAS SE VESTEM DE ALEGRIA,

DE FULGOR, DE PRAZER E DE PAIXÃO ;

SERTANEJOS SE ENCHEM DE EMOÇÃO

PRA REVER O SEU POVO E SEU TALENTO.

A CULTURA AGRADECE AO LANÇAMENTO

DOS MAIS BELOS ‘RETRATOS DO SERTÃO’!